top of page
  • Ícone do Instagram Preto
  • Behance
  • TikTok
Buscar

Nas rodas de samba

Samba da Ouvidor em dois momentos
Samba da Ouvidor em dois momentos
Samba do Bilhetinho, no Fuska Bar
Samba do Bilhetinho, no Fuska Bar
Samba Informal, na Tijuca
Samba Informal, na Tijuca
Pedra do Sal
Pedra do Sal
Samba da Ouvidor, em frente à Livraria Folha Seca.
Samba da Ouvidor, em frente à Livraria Folha Seca.

 "No princípio era a roda", já afirmava o crítico musical e pesquisador Roberto M. Moura, no livro que tem este título, publicado há mais de 15 anos. O samba surgiu da roda, onde já se tocava e dançava o maxixe, o jongo, o lundu. Foi assim que surgiu o Pelo telefone, um samba-amaxixado, cantado de improviso por várias vozes no terreiro da Casa da Tia Ciata, depois registrado na Biblioteca Nacional, em 1916, pelo compositor Donga e pelo jornalista Mauro de Almeida, "o peru dos pé-frios", citado na música.


Mas a roda era tocada nos terreiros, nos fundos das casas e escondidos da polícia. O samba era marginal, proibido e aqueles que portassem um violão ou um pandeiro, símbolos da vadiagem, iriam para o xilindró. Com isso, as rodas de samba só iriam começar a ganhar as ruas depois da década de 1930, no Estácio, nos morros, na Pedra do Sal.


Quando o livro de Moura foi lançado, o Rio vivenciava, desde o final dos anos 1990, um crescente movimento de resgate e revalorização do samba que havia começado com a revitalização da Lapa. Naquele momento, as rodas surgiram nas casas noturnas como o Semente da Lapa, oi Carioca da Gema, o Clube dos Democráticos e o Empório 100, na rua do Lavradio, que funcionava como antiquário de dia.


Mas foi a partir de 2007 ou 2008 que eu comecei a frequentar as rodas quinzenais que aconteciam na Rua do Ouvidor, em meio ao cenário imponente de casarios centenários. Nessa época o couro comia ali em frente à livraria Folha Seca. Depois conheci o Rodrigo, dono da livraria e fiquei sabendo que ele quem teve a iniciativa de promover as rodas ali na rua. Foi esta roda na Rua do Ouvidor que me inspirou a começar a levar um caderninho para fazer alguns registros gráficos daquele ambiente. Não parei mais. Depois, fui descobrindo outros lugares. Dezenas de rodas espalhadas pela cidade. Muitas vezes, me senti como se o samba estivesse indo atrás de mim. Foi quando descobri, por exemplo, as rodas do Samba do Bilhetinho, no Fuska Bar, na esquina mais movimentada do Humaitá, na Visconde Caravelas com a Capitão Salomão. Depois, quando me mudei pra Tijuca, descobri que havia um samba no bar da esquina, justamente na rua em que morei, Félix da Cunha. A pandemia não permitiu que eu aproveitasse como eu gostaria de ter aproveitado. De volta ao Humaitá, estou retornando aos poucos às rodas. Mas a grande novidade é que estou retomando um sonho antigo, reunindo e selecionando os desenhos que fiz para transformar em uma publicação: um livro com uma seleção dos desenhos que fiz ao longo de mais de dez anos pelas mais diversas rodas da cidade.


 
 
 

Comentarios


bottom of page